O Centenário de Morrinho
A Comemoração de 1998 e Uma Nova Promessa para 2048.
O Encontro de Duas Gerações
A celebração do Centenário da evangelização no Vale do Ribeira em 1998, marcando os cem anos da missão iniciada em 1897, foi um evento de grande expectativa. Este não foi apenas um "Centenário qualquer", mas sim uma "lição de vida cristã". O templo, descrito como "simples, mas austero, digno, sobranceiro e centenário", tornou-se o palco central desta jornada secular.
Um dos momentos mais aguardados era a abertura da urna do Cinquentenário, que havia sido lacrada e posta em um monumento em 1948. Conforme o plano original, a urna de alumínio continha os nomes de todas as pessoas presentes naquele dia, com o propósito de serem checados no evento dos 100 anos.
A Urna Corroída
Ao ser aberta, a urna de 1948 revelou a fragilidade do tempo: a lata de alumínio estava corroída em sua maior parte, e o que estava escrito havia se deteriorado, restando apenas a data legível. O tempo que passara "desde 1897" já tinha sido registrado principalmente "pelas memórias dos que testemunharam grandiosos momentos desta centenária jornada", e agora, a prova física do passado estava quase perdida.
A Nova Promessa: Uma Cápsula do Tempo para 2048
Diante da frustração com a corrosão, a comunidade transformou a lição do passado em uma promessa tecnológica para o futuro. Foi criada uma nova cápsula do tempo para ser aberta no Sesquicentenário (150 anos) da obra, em 2048.
Conteúdo e Preservação da Nova Cápsula (1998)
A nova cápsula incluiu o recolhimento dos nomes de todos os presentes no Instituto Bíblico de Morrinho em 1998. Junto aos nomes, foi guardada uma Bíblia da época da celebração. Para garantir que o tempo não corroesse o material, os itens foram colocados dentro de um pacote fechado a vácuo e, posteriormente, dentro de um aquário de vidro. Este conjunto foi guardado no Memorial em frente à igreja.
Assim, a comunidade garantiu que a essência de Morrinho — o "espírito de Morrinho" impregnado de temor a Deus — fosse documentada e preservada de forma segura para a próxima geração.
Cerimônia e Lideranças
O evento do Centenário incluiu um culto na antiga sede da Fazenda Poço Grande, o local onde Willis Roberto Banks e Vicência da Cruz Machado iniciaram a obra, transformando sua casa em "escola, hospital e pensão, gratuitos".
Entre as lideranças presentes, estava o Reverendo Roberto Brasileiro, que, anos depois, seria eleito presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil. O pastor da Igreja Presbiteriana de Juquiá, responsável pela celebração do Centenário, era o Reverendo Dirceu Alves da Silva.
Apesar de falecido em 1996, o neto do pioneiro, o Reverendo Willes Banks Leite, havia antecipado a abertura da urna de 1948, mencionando a expectativa da comemoração dos 100 anos e deixando uma mensagem que continua a falar, pois, como Abel, "depois de morto ainda fala".